O GT Saúde da População LGBTI+ surgiu da iniciativa de profissionais das Ciências Sociais e Humanas em Saúde especializados na temática e sintonizados com demandas sociais envolvendo este segmento cujo direito à saúde integral está longe de ser alcançado. Objetiva incentivar e articular iniciativas de pesquisa que permitam ampliar e aprofundar a coleta de dados empíricos sobre os problemas de saúde que mais atingem lésbicas, gays, bissexuais, travestis, pessoas trans, intersex e outrxs.
A população LGBTI+ enfrenta preconceito, discriminação e violência cotidianas, além de não ter recebido a atenção devida às suas especificidades no que se refere à saúde. É vítima constante de violência, como atestam relatórios internacionais como o da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Também é submetida ao que já se reconhece como estresse minoritário, ou seja a tensão contínua daqueles e daquelas que não têm reconhecidos plenamente sua cidadania e vivem sob ameaças as mais diversas. Assim, a maior parte deste segmento social desconhece o bem estar físico e mental necessário para uma vida plena e digna.
Há ainda muitos desafios que envolvem a população LGBTI+ e o SUS. A violação de direitos e a LGBTIfobia persistem no cotidiano desse grupo. Merece ser aprofundado e ampliado o acesso e o atendimento integral à saúde. A qualidade e a quantidade de dados epidemiológicos permanece escassa. As políticas de equidade, dentre elas a que trata da promoção da Saúde Integral LGBT, precisa ser implementada e fortalecida. Outros desafios ligados a preconceitos persistem, tais como a restrição de doação de sangue por homossexuais no período de 12 meses contados da última relação sexual, mesmo que tenham parceiros estáveis. Esse tipo de conduta fomentada pelo Ministério da Saúde apenas reforça o estigma contra essa parcela da população.
Chegamos, assim, aos quarenta anos do movimento LGBT com muitos avanços e outros tantos desafios a pensar. E é neste contexto que a Abrasco recebe seu mais novo Grupo Temático Saúde da População LGBTI+. Esses são alguns dos temas aos quais o GT continuará a abordar nas ações de ensino, pesquisa e extensão na Saúde Coletiva.
Em carta à presidente Gulnar Azevedo os pesquisadores Daniel Canavese de Oliveira e Marcos Claudio Signorelli destacam que o novo GT pretende “congregar pesquisador@s, acadêmicos e militantes estratégicos da área e que já atuam na Abrasco” e que a proposta de criação do grupo ultrapassa o interesse científico sobre o tema “acima de tudo, buscamos o respaldo da Abrasco para a constituição de um grupo que reflita e promova a resistência política necessária. Mais do que nunca, não podemos permitir que as poucas iniciativas voltadas à saúde da população LGBTI+ sofram retrocessos” diz o documento.
O GT Saúde da População LGBTI+ compreende os marcadores de sexo atribuído ao nascimento, identidade de gênero, orientação sexual e os quesitos raça/cor e etnia em uma perspectiva articulada e interseccional na determinação do processo de adoecimento. Portanto surge com o intuito de abordar a temática da saúde LGBT de modo articulado com os demais GTs da Abrasco e também na perspectiva intersetorial, como a urgência do tema exige
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