A Abrasco, face à missão de apoiar e desenvolver a pós-graduação em Saúde Coletiva no Brasil, liderou uma pesquisa avaliativa da área nos anos de 1995 e 1996, impulsionada pela necessidade preemente à época de reagir ao processo de organização do Comitê Assessor da Área (CA) pelo CNPQ no biênio 1993-1994, em que havia significativa predominância de cientistas das áreas básicas com doutores que possuíam muito pouca adesão e compreensão do campo da Saúde Coletiva, e de fazer um esforço de delimitação da área a fim de estabelecer os critérios de identificação do campo, na busca de evitar a criação de programas auto-entitulados de “Saúde Coletiva” que tinham na verdade pouca ou nenhuma relação com a área.
Nesse sentido, a diretoria da Abrasco decidiu partir para uma atuação diferenciada que marcasse sua posição e lhe permitisse afirmar e reafirmar a identidade e a qualidade da produção em Saúde Coletiva. Foi então decidido fazer uma avaliação dos PPG, a partir das relevâncias estabelecidas pela própria Associação, mas dentro dos parâmetros científicos do campo da avaliação de ciência e tecnologia e levando em conta os critérios estabelecidos pela CAPES para avaliação de qualidade dos programas. A Associação tentava vocalizar suas reivindicações, apoiada em dados e informações valiosas, desmontando uma razão apenas instrumental e reducionista do campo de conhecimento em Saúde Coletiva.
Os resultados dessa pesquisa foram objeto de um seminário amplo em que participaram todos os coordenadores dos programas, vários pesquisadores sênior da área, representantes da Opas/Washington e Opas/Brasil, representantes das diretorias de Avaliação do CNPq e da Capes e consultores internacionais. Esse seminário focalizou os problemas assinalados pela investigação, buscando encaminhar as questões mapeadas como sendo as mais cruciais: “ter ou não ter um núcleo comum de disciplinas”; “qualidade dos cursos”; “política de produção e de divulgação científica”. (ver Ciência & Saúde Coletiva, II(1/2), 1997).
Um dos mais importantes resultados do seminário, realizado em 1996, foi a decisão da diretoria da Abrasco de instituir, em caráter permanente, o Fórum dos Coordenadores de Programas de Pós-Graduação da área de Saúde Coletiva/Saúde Pública/Medicina Preventiva – o atual Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Esse coletivo começou a funcionar desde então, constituindo-se num espaço de socialização, vocalização, tomada de decisões coletivas e de diálogo com os representantes da área na Capes e no CNPq.
O coletivo dos Coordenadores de Pós-Graduação tem cumprido a sua missão, permitindo a todos expressarem suas idéias e reivindicações aos representantes na Capes e CNPQ e se constitui, sobretudo, num lócus de vocalização dos cursos mais novos e menos experientes